O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), que realiza o teste do pezinho, alcançou 83% de cobertura entre as crianças que nasceram no ano passado. Em 2000, o índice de cobertura nacional era de 56%.
Mas você sabe por que esse exame é indispensável? Vamos explicar:
O teste básico é obrigatório e gratuito no Brasil desde 1992. Ele engloba as doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística.
Na rede privada, a maioria das maternidades oferece o teste do pezinho ampliado (chamado de mais ou super), que pode contemplar entre 10 e 46 doenças, entre elas infecções congênitas e toxoplasmose congênita. Há ainda o teste personalizado, realizado de acordo com a orientação do médico e a necessidade do paciente. Em algumas maternidades, o exame é gratuito, em outras, chega a custar até R$ 325, segundo a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), que introduziu o exame no país em 1976.
Em nota, o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, diz que o teste do pezinho é uma ação preventiva que permite fazer o diagnóstico de algumas doenças a tempo de interferir na evolução delas por meio do tratamento específico.
Como é feito
Para o teste, é coletada uma amostra de sangue do calcanhar do bebê, daí o nome popular para essa triagem neonatal, e colocada num papel tipo mata-borrão para então ser encaminhado ao laboratório. Esse procedimento deve ser feito até 48 horas depois do nascimento, desde que o bebê tenha mamado. “Prematuros, porém, devem voltar ao hospital após 30 dias para uma nova etapa de exames”, diz Renato Kfouri, neonatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM).
O resultado pode demorar até 30 dias, e é fundamental que os pais se informem no hospital como devem fazer para obter o resultado. Caso haja alguma alteração, será solicitada uma nova coleta de sangue. “O que pode acontecer, por exemplo, é o primeiro teste indicar um resultado falso positivo e, no segundo, dar tudo normal”, diz Renato.
Não é só no pezinho... Esse teste á uma coleta de sangue, por isso pode ser feita em outras partes do corpo, como no braço. O exame ganhou este nome porque, nos primeiros programas de triagem neonatal, a coleta era feita na parte lateral do pé do bebê, que é mais irrigada e dói menos.
As doenças diagnosticadas na versão básica do teste
Fenilcetonúria (PKU)
Causada pela deficiência no metabolismo do aminoácido fenilalanina. O acúmulo no organismo pode causar deficiência mental.
Frequência: 1 para cada 15 mil nascidos vivos
Hipotireoidismo Congênito (TSH T4)
Causada insuficiência do hormônio da tireoide. A falta de tiroxina pode causar retardo mental e comprometimento do desenvolvimento físico
Frequência: 1 para cada 4 mil nascidos vivos
Anemia Falciforme e outras hemoglobinopatias
Alteração da hemoglobina que dificulta a circulação, podendo afetar quase todos os órgãos. Pode causar anemia, atraso no crescimento e dores e infecções generalizadas. É incurável.
Frequência: 1 para cada 400/1.000 nascidos vivos
Fibrose Cística (IRT)
Ocorre aumento da viscosidades das secreções, propiciando as infecções respiratórias e gastrointestinais. Ataca pulmões e pâncreas. É incurável.
Frequência: 1 para cada 2.500 (brancos)/17 mil (negros)/90 mil (amarelos)
Dados: APAE SP
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